No paper da MacKinsey (2018) “Getting ahead of the market: How big data is transforming real estate “ mostra como o uso de tecnologia de “big data” tem melhorado a avaliação de investimentos no mercado imobiliário.

Tradicionalmente o mercado imobiliário é orientado pela experiência dos profissionais, e dados históricos de uma determinada região. A ideia do “paper” é aumentar não só os parâmetros a serem analisados, mas também a correlação destas inúmeras informações, e o que elas representam em conjunto.

“em Boston, o preço das casas a 400 metros do Starbucks aumentou mais de 171% entre 1997 e 2014, 45 pontos percentuais a mais do que todas as casas da cidade, de acordo com um relatório de fevereiro de 2015 do site de corretagem e informações Zillow. Na última década, os prédios de apartamentos de Seattle a menos de 1,6 km de supermercados especializados, como a Whole Foods e o Trader Joe, valorizaram mais rapidamente que outros.

No mercado brasileiro, as imobiliárias tradicionais ainda tem a sua estrutura de dados baseadas na simples digitalização das “fichas” de imóveis, e na verdade somente “enxergam” uma única tabela de unidades, faltam outras tabelas como o edifício e suas características, o bairro, a quadra, etc.

Por outro lado, “bombardear” os clientes com toneladas de informações também não é a saída, embora muito melhor que uma situação, onde perde-se muito tempo em oportunidades que não atendam, transformar os dados em informação é fundamental.

Como exemplo o que o conjunto de informações como categoria, idade, distância de metrô, tamanho da laje, número de elevadores, piso elevado, estrutura de salas de reuniões / auditórios, etc realmente representam ? Nada se não realizarmos a correlação correta dos dados, e a análise da combinação destas informações. Nem sempre investir ou locar aqueles imóveis que tem as melhores categorias e são mais completos tecnicamente é a resposta.

A interpretação destes inúmeros dados, é que tem valor para o investidor, ou locatário.

A utilização de tecnologias como “machine learning”, para auxiliar as análises é importante, como ressalta o “paper” da MacKinsey. Mas só será possível com o acréscimo de informações do perfil de ocupação dos imóveis, ampliação de dados da região, serviços próximos como restaurantes, bancos, cartórios, etc.

De uma forma geral, o movimento de inovação do mercado imobiliário brasileiro apenas começou, e os primeiros resultados no residencial já são “notícias de jornal”, o mercado de imóveis comerciais também está seguindo esta tendência.