A consultoria imobiliária JLL avalia que um novo ciclo de alta do mercado paulistano de escritórios começa neste ano, após período de baixa entre 2012 e 2018. Há expectativa, segundo o diretor de transações da JLL, Paulo Casoni, que os preços médios pedidos por metro quadrado locado de escritórios de alto padrão aumentem de 5% a 10% na cidade de São Paulo. O incremento projetado resulta da diminuição da vacância em decorrência da queda do novo estoque a ser entregue para 100 mil metros quadrados, o correspondente a um terço do que chegou ao mercado em 2018.

Em 2018, houve variação de 1% nos preços, interrompendo sequência de quedas registradas desde 2012. No quarto trimestre, o valor médio pedido por metro quadrado era de R$ 83.

Levantamento da JLL aponta que a absorção líquida de escritórios de alto padrão – diferença entre áreas ocupadas e devolvidas – chegou ao recorde de 291 mil metros quadrados no ano passado. Esse patamar resultou da migração de ocupantes para espaços de mais qualidade (movimento conhecido como “flight to quality”, no jargão do setor) e do aumento da área alugada por parte das empresas. Em 2018, os setores que responderam pelas maiores contratações foram tecnologia, bens de consumo, financeiro e coworking (empresas de espaços compartilhados).

Para este ano, a projeção da JLL é que a absorção líquida seja de 200 mil metros quadrados, considerando-se apenas as transações já sinalizadas pelo mercado imobiliário, sem levar em conta a movimentação potencial resultante do esperado crescimento econômico. “Acredito que a absorção líquida será maior do que esses 200 mil metros quadrados”, afirma o executivo da JLL.

Conforme a expansão da economia, a taxa de vacância pode cair entre três e cinco pontos percentuais em relação aos 22,3% do fechamento de 2018, de acordo com Casoni. No fim de 2017, a vacância estava em 24,9%. Segundo o diretor de transações, a vacância nas regiões consideradas prioritárias no mercado paulistano – Faria Lima, Juscelino Kubitschek, Paulista e Berrini – ficou em 10% ao fim de 2018, abaixo dos 16% de um ano antes. “Em algumas regiões, está difícil encontrar grandes áreas disponíveis”, conta o executivo.

No mercado de condomínios logísticos e industriais, a demanda por novas áreas tem sido puxada por empresas de comércio eletrônico, segundo Casoni. Considerando-se o mercado nacional, a absorção líquida chegou a 1,2 milhão de metros quadrados, no ano passado, o dobro da registrada em 2017. No fim de 2018, a taxa de vacância era de 22%, com queda de três pontos percentuais ante o ano anterior.

O estoque entregue de galpões somou 589 mil metros quadrados – 36% em São Paulo, 21% no Rio de Janeiro e 17% em Minas Gerais. Há previsão de 634 mil metros quadrados novos em 2019, distribuídos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, Minas Gerais, no Ceará e em Sergipe. No ano passado, o preço médio pedido por metro quadrado ficou estável em R$ 18,22.

Das seis maiores transações de galpões fechadas no quarto trimestre, três ocorreram no Estado de São Paulo, nas regiões de Jundiaí, Sorocaba e Araçariguama, e as outras três ocorreram em Minas Gerais, no Paraná e no Ceará, de acordo com pesquisa da JLL.