Valor Econômico

Os proprietários de prédios corporativos estão tendo que se esforçar mais por causa de empresas como a WeWork, diz Adam Strudwick, presidente da HLW, de arquitetura, design e planejamento. “Eles estavam acostumados com fazer o mínimo. Mas agora a coisa mudou. Eles precisam fazer todos aqueles extras para garantir que não vão perder clientes.”

O design é parte da estratégia de uma companhia para atrair a manter funcionários, diz Strudwick. O lobby de entrada, afirma ele, é a primeira impressão, portanto as empresas precisam pensar no impacto que ele terá sobre os funcionários e os visitantes.

“A recepção impositiva está ultrapassada. Eles querem dar ao espaço um pouco de agito”, diz. O design corporativo está cada vez mais se inspirando nos hotéis, acrescenta ele, com muitas empresas oferecendo lojas e cafés nos saguões. Há também o desejo de fazer os negócios parecerem mais transparentes, de demonstrar a cultura e permitir aos clientes “ver o lado de dentro da máquina”.

Gabrielle Omar, diretora da Spot This Space, vêm recebendo pedidos para áreas que sejam “tão relax quanto um apartamento de solteiro, com máquinas de fliperama e mesas de sinuca”. Um cliente chegou ao ponto de pedir um espelho d’água em que as pessoas pudessem se refrescar. “Estamos discutindo isso”, diz ela diplomaticamente.

A City of London Corporation, que supervisiona o planejamento e desenvolvimento do distrito financeiro de Londres, está encorajando as empresas de engenharia e criar espaços flexíveis nas áreas de recepção.

Chris Hayward, presidente da comissão de planejamento e transporte da City de Londres, diz: “Há uma força de trabalho mais jovem na City do que jamais tivemos. É um pessoal mais casual”. O número crescente de startups da área de tecnologia financeira também está influenciando na estética do local de trabalho.

Os visitantes adoram a área de estar empresarial informal da recepção da unidade de Manchester da Shoosmiths, um escritório de advocacia, diz o sócio Vaqas Farroq. “Os clientes estão ficando mais por aqui. Muitos vêm de fora da cidade e usam nosso escritório como seu escritório temporário. Do ponto de vista do relacionamento, isso é bom.”

O escritório em Holborn de outra firma de advocacia, a Hogan Lovells, agora tem uma área de recepção e um “lounge” empresarial em que os funcionários, contatos e clientes são encorajados a interagir.

“As pessoas viajam muito”, diz Susan Bright, sócia de planejamento regional para o Reino Unido e África. “Temos advogados de escritórios parceiros que vêm para Londres e não têm um local fixo. Eles podem ficar nesses lugares. É uma maneira mais ágil de trabalhar.”

Comenta-se com frequência que os smartphones e a conectividade tornarão os escritórios obsoletos. Mas isso não parece estar acontecendo. Os trabalhadores ainda querem se encontrar face a face.

Uma área compartilhada de trabalho dentro de uma empresa também oferece privacidade, diz Devinder Bhogal, diretor de estratégia no local de trabalho da Deloitte. “Se vamos a um café, não sabemos quem estará sentado ao nosso lado — há mais sigilo [nas áreas de trabalho compartilhado].” (Tradução de Mario Zamarian)